As explosões de supernovas podem ocorrer e a sua luz não ser detectada. A nossa galáxia, como todas as galáxias espirais, contém uma grande quantidade de poeira interestelar, que impede a luz de viajar livremente até nós. Por isso, apesar das explosões de supernovas serem excepcionalmente brilhantes, podem não ser observadas se ocorrerem longe ou por trás de regiões de grande densidade de poeiras. Embora isto se verifique com a luz das supernovas, em particular nos comprimentos de onda em que há uma monitorização relativamente constante do céu, há outra forma de detectar explosões de supernovas que é independente da sua luz, que é usando a detecção de neutrinos. Em teoria uma explosão de supernova é acompanhada da libertação destas partículas, os neutrinos, que têm a propriedade de atravessar quase tudo. Ou seja, se houvesse uma explosão de supernova em qualquer parte da nossa galáxia prevê-se que seriam detectados os neutrinos associados, mas nem isso se tem verificado.
Efectivamente há uma falta de explosões de supernovas na nossa galáxia relativamente ao que é estimado através de diversos cálculos, e os motivos para essa discrepância não são conhecidos. Pode acontecer que as estimativas estejam inflacionadas, consequência dos modelos que assumimos para os cálculos terem alguma incorrecção. As estimativas são feitas sobre aquilo que já julgamos saber sobre o funcionamento das estruturas no Universo e sobre a Física que se aplica, e pode haver fenómenos que ainda não descobrimos. No entanto, vários argumentos independentes conduzem aproximadamente à mesma estimativa, o que dá confiança de que não há nenhuma incorrecção grosseira. Também pode haver alguma propriedade da nossa galáxia que ainda não conheçamos que leve a uma menor frequência destes eventos, embora isso não seja muito razoável porque em todos os outros aspectos encontramos paralelos entre a nossa galáxia e outras do mesmo tipo. Outra possível explicação é a de que as estimativas são previsões mas os acontecimentos propriamente ditos obedecem às leis da estatística: por exemplo, apesar da probabilidade de sair coroa quando atiramos uma moeda ao ar ser de 50%, podemos lançar a moeda 20 vezes e sair sempre cara. Ou seja, pode simplesmente ser que precisemos de muito mais tempo (leia-se mais séculos) de observação de supernovas para atingirmos a média que é prevista pela teoria. Actualmente faz-se investigação sobre esta questão, que certamente levará a conclusões fascinantes sobre o funcionamento da nossa galáxia e sobre os mecanismos que originam explosões de supernovas.