A heliosfera é o "buraco" cavado no meio interestelar pelos ventos solares da nossa estrela.
As particulas que compõem o vento solar viajam a velocidades supersónicas (à distancia da Terra ao Sol essa velocidade é da ordem dos 400Km/s) até cerca de 120 Unidades Astronomicas do Sol. Aqui dá-se a aquilo a que em inglês se chama "Termination Shock", que é a onda de choque que se forma quando as particulas dos ventos solares perdem velocidade e passam a viajar a velocidades subsónicas. A partir daqui, as particulas chocam contra os ventos interestelares e perdem velocidade até chegarem à Heliopausa, zona que separa completamente a influência do nosso Sol da das outras estrelas.
Pensa-se que será nesta zona entre a Heliopausa e a onda de choque que se verificam as temperaturas mais altas. Até à "fronteira de Choque", quando ainda estamos dentro da influencia dos ventos solares, a temperatura variará entre os 1000K e os 100 000K (isto são ordens de grandeza, não valores absolutos - a razão pela qua não "fritamos" tem a ver com a muito baixa densidade do Espaço). Para lá da heliopausa, a temperatura é a do vento interestelar, que volta ser da ordem dos milhares de Kelvin. Mas na região entre a onda de choque e a heliopausa ("heliosheath" - que poderia ser traduzido como "capa/protecção solar", se se sentir generoso) as temperaturas podem ser muito superiores chegando a ordens dos milhões de Kelvin.
Os valores exactos destas temperaturas são dificeis de definir e provavelmente precisamos de esperar que as sondas voyager passem por todas estas zonas (estão a atravessar a heliosheath em direcção à heliopausa) para tirar conclusões mais específicas. Contudo, note que as temperaturas variam consoante as caracteristicas nao so do vento solar (e portanto, ta maior ou menor actividade do nosso Sol), mas também consoante o meio interestelar (velocidade dos ventos, densidade, etc). Actualmente estamos a atravessar uma zona quente mas as temperaturas variarão certamente quando daqui a umas dezenas de milhares de anos, nos encontrarmos de novo em zonas menos densas.
Se a língua inglesa não o incomodar, este site tem alguma informação mais especifica, bem como alguns imagens ilustrativos que lhe poderão ser interessantes: http://spacephysics.ucr.edu/index.php?content=solar_wind/sw/swq6.html