Os binóculos são para deixar de lado, devido à natureza imprevisível de onde cada meteoro possa ocorrer. Mas podem fazer uma boa companhia enquanto esperamos, para irmos olhando à volta arriscando não ver uma ou outra estrela cadente...
Tudo começou com um cometa (Swift-Tuttle) que passou. O Sol aqueceu-lhe a superfície, e ele libertou gelos e poeiras, ou pedacitos maiores de rocha, que ficaram a vaguear "invisíveis" no espaço. Todos os anos a Terra na sua órbita normal interseta esta região de detritos cometários, e eles entram na nossa atmosfera a velocidades que os incineram devido à fricção com o ar, produzindo assim os meteoros, ou "estrelas cadentes". Sendo o movimento da Terra o maior responsável pela "apanha do meteoroide", estes parecem "chuver" sempre da mesma zona do céu: o lado este da constelação de Perseus. A esta zona chama-se o radiante da chuva de estrelas, que costuma originar o nome à própria chuva.
Normalmente, a dica essencial para a observação de chuvas de strelas é: "olhar para cima, quando o radiante está a nascer atrás do horizonte". Na maior parte dos casos isto traduz-se em "início da madrugada (hora local)".
A Lua, chata, costuma tornar o céu claro, e por vezes mais claro que a maioria das ténues estrelinhas cadentes... Por causa disso, pode-se preferir procurar meteoros no céu antes da Lua nascer! Infelizmente neste caso, também não há muita margem de manobra para isto, pois a Lua está do mesmo lado que Perseus..
Posto isto, podemos antecipar um pouco, para antes da meia-noite, a altura que estamos a admirar o céu na esperança de sermos interrompidos por algo espectacular, digno de um desejo. Mas vindo os meteoros da constelação de perseus que ainda não terá nascido, as ocorrências provenientes desta chuva serão mais frequentes na direcção nordeste do nosso céu.
Por outro lado, as Perseidas não são tão conhecidas pela quantidade de estrelinhas cadentes, como são pela "qualidade" delas! Espera-se que haja algumas "bolas de fogo" mais "vistosas", que possam superar o brilho do céu iluinado pela Lua! Ou seja, se tivermos mais paciência e esperança, podemos investir em ficar acordados mais tempo, olhando o céu mais tarde (primeiras horas da madrugada), com Perseus a aparecer no horizonte e Lua também, mas em que eventualmente poderá passar algum pedaço ardente maiorzinho!
Dado que as chuvas não ocorrem só numa noite, todo o período de 11 a 14 de Agosto (ou mesmo fora desse período) pode ser usado para olhar para o céu! Quanto mais tarde a data, menor e mais tarde teremos Lua no céu. É bom imaginar que a Lua estará cada vez mais afastada do perigeu ;)
Os resistentes de uma noite inteira de chuva de estrelas serão recompensados por todos os esforços com o nascer da constelação de Orionte pelas 4:00 da manhã, e Vénus pelas 5:00!