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em Observações Astronómicas por Stardust (440 pontos)
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Tendo em conta o equipamento disponivel ao publico amador, é possivel visualizar Plutão?

2 Respostas

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por (140 pontos)
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Tudo depende de quanto quiser investir em equipamento, mas penso que não.

Dou apenas um exemplo, que aconteceu comigo.
O meu telescópio é fraquinho, mas como não posso fazer observações regulares, dá perfeitamente para o uso que lhe dou. Numa ação que decorreu há 3 ou 4 anos, levei-o comigo, e lá estavam alguns profissionais de astronomia com os seus telescópios, bem mais potentes que o meu.
A meio da noite, tentei encontrar a Nebulosa do Anel (M57). Não consegui mais do que encontrar um ponto um pouco mais difuso do que as estrelas que o rodeavam. Pedi ao profissional que estava ao lado, também a tentar encontrar M57, que confirmasse se aquilo que eu tinha encontrado era o nosso alvo. Ele disse que muito provavelmente era. No telescópio dele, esse "ponto difuso" tornava-se um pouco maior, mas não muito mais.

Agora, vamos pensar em termos de magnitude visual.
Como exemplos, os seguintes corpos têm as seguintes magnitudes, em que quanto mais positivo, pior se vê:

  • Vénus: -3,51
  • Júpiter: -1,59
  • Saturno: 0,89
  • Marte: 1,84
  • Polaris: 1,95
  • Grande Nebulosa de Orion (M42): 4,00 (no limite do que se consegue ver a olho nu)
  • M57: 9,00 (já foi terrível encontrar!)
  • Plutão: 14,08

Com isto quero dizer que não é qualquer telescópio que consegue visualizar Plutão, especialmente os que estão ao dispor do público amador.

Sou mais um amador, que adora astronomia e compreender o Espaço.
Se algo do que aqui escrevi estiver errado, peço a quem de direito que me corrija. smiley

por
É possível visualizar sim, mas é necessário uma abertura de  250mm ou maior para o fazer, (Dobsonianos).
Não é possível no entanto ver qualquer tipo de característica na sua face, para nós na Terra aparece apenas como um ponto brilhante, mesmo como telescópios dessa abertura.
por AstroNovato (670 pontos)
Fica o exemplo de uma imagem do Astrobin para servir de complemento: http://www.astrobin.com/51810/
por
editado por
Tal como diz o André Martinho, sim, é possível mas com um telescópio com um espelho de pelo menos 25cm (de abertura) e um céu bem escuro, longe de cidades, vilas ou locais com iluminação pública.
No caso de Plutão, que atualmente se encontra na região de Sagitário/Escudo (a área do céu onde a Via Láctea é mais densa), a maior dificuldade será distinguir Plutão entre as dezenas ou centenas de estrelas que aparecem no campo de visão da ocular.
Visualmente, não há nada que distinga Plutão das restantes estrelas. Por muito grande que seja o telescópio, Plutão é sempre semelhante a uma estrela...
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por Galáctico (34.1k pontos)
editado por

A propósito do que foi dito na primeira resposta, encontrar M 57 é muito fácil, mesmo usando um telescópio de 100 mm. Abaixo disso, não é muito fácil.  Convém usar cerca de 50x para centrar no campo e depois observar com 100x ou mais, para que o anel "abra" e se revele melhor.  Aqui a abertura é vantajosa, pois permite captar mais luz.
Num telescópio de 200 mm de abertura, além de fácil o anel é evidente. Ver a estrela central dentro do anel, isso já é outra coisa: exige um telescópio com,pelo menos, 500 mm de abertura, ou perto disso.

Note-se que no caso de M57, apontar para lá um telescópio é muito fácil, mas é preciso saber algumas técnicas, fáceis de aprender. E conhecer minimamente o céu para estar à vontade com as constelações (sobretudo aquela em que o objecto referido se encontra, nesse caso a Lira). Ver melhor ou pior depende da poluição luminosa existente no local, da abertura do telescópio e ainda da experiência do observador.

É muito fácil ter a certeza de que estamos a apontar para esse objecto ou não. Não é nada difícil. Na verdade, M57 é um dos objectos do céu profundo mais fáceis de encontrar no céu.

Mais informação sobre estas técnicas pode ser obtida em:

http://www.platanoeditora.pt/index.php?q=C/BOOKSSHOW/18

Quanto a Plutão, tendo um telescópio de abertura suficiente (no mínimo 250 mm de abertura, mas será preferível 300 mm ou maior),  a única dificuldade é realmente distingui-lo entre as imensas estrelas que se vêem no campo visual observado. Tem aparência de estrela e não é perceptível nenhum disco.

Só o registo fotográfico, com imagens colhidas com alguns dias de intervalo, comparando-as entre si, permitirá distingui-lo porque muda de posição em relação às estrelas.

Guilherme de Almeida

 

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