Esta é uma pergunta à qual deveriam responder muitas pessoas, pois as dificuldades poderão não ser as mesmas para todas.
Vou pois dar o meu testemunho, ou seja, referir as dificuldades que ainda hoje sinto ao observar o céu a olho nu, mas sem esquecer as que tive quando comecei.
Atualmente a principal dessas dificuldades resulta das poluições: a do ar e a luminosa.
Ver o céu em especial nas nossas cidades, mas também nas vilas e aldeias é em geral uma tarefa complicada pelo excesso de iluminação ou por uma má utilização da mesma. Para que serve uma iluminação pública ou privada que esteja voltada para cima? Para consumir energia e proteger-nos de ladrões voadores...
Essa luz vai colidir com os poluentes atmosféricos e assim retirar brilho ao céu noturno. Por exemplo, no local onde vivo, há anos que deixei de conseguir avistar a Via Láctea.
Caso se consiga ver razoavelmente o céu, a dúvida será: o que estou a ver? A ajuda de um amigo conhecedor ou de um bom mapa do céu é então essencial.
Quando comecei a observar, para me guiar recorri a um atlas e a um livro em castelhano, decerto há muito esgotado. Era o «Guia de Campo das Estrelas e Planetas». Para as estrelas era eficaz, mas não para os planetas.
Na falta de alguém que nos ajude, teremos de recorrer a trabalhos como "O Céu nas Pontas dos Dedos" ou “Roteiro do Céu” de Guilherme de Almeida.
Estes têm a vantagem de estar sempre disponíveis, até porque para ficar a conhecer razoavelmente o céu não basta uma noite ou duas. O céu visível ao início da noite é muito diferente ao longo do ano.
Para localizar os planetas, pelo menos de início, as informações das revistas da especialidade e as do Observatório Astronómico de Lisboa são fundamentais. Depois de os conhecer, serão mais fáceis de identificar.
Mas a condição mais importante para vencer as dificuldades é ter gosto em observar o céu.
António Magalhães