Bom, esse telescópio tem a razão focal f/6. No mínimo, convém que as oculares sejam Plossl de boa qualidade. Por regra, para a observação dos planetas convém que as oculares não tenham demasiados elementos ópticos, mas isso só resulta em oculares de campo aparente estreito <35o. É certo que os planetas ocupam uma pequena parcela do campo da ocular, mas como os telescópios possuem montagem altazimutal, e este modelo não é motorizado, a observação torna-se pouco prática. O que acontece é que, se o campo da ocular for estreito, o planeta foge depressa do campo, o que exige constantes retoques de pontaria. Como a observação de planetas exige amplificações consideráveis, o problema agudiza-se.
Por outro lado as oculares de fórmula simples (poucos elementos) têm pupila de saída demasiado próxima nas versões de distância focal curta, necessárias para bem observar os planetas (f=5,5 mm para obter 220x).
Portanto, ou se usa uma boa Barlow, evitando oculares que exijam encostar o olho, ou tem de se optar por oculares elaboradas, com pupila de saída afastada. No primeiro caso servem bem as boas plossl com barlows de bom nível. No segundo caso, cada ocular é mais cara. No caso da Lua, o campo extenso tem vantagem também porque a Lua enche o campo com amplificações moderadas a altas. E porque se vê mais Lua para igual amplificação.
À parte o campo estreito (48o a 55o), é difícil bater em relação preço-qualidade as boas ortoscópicas, mas estas têm pupilas de saída muito perto da última lente. Um bom compromisso qualidade-preço são as plossl da Televue, com campos de 50o. Muito melhor do que isso, com campo amplo e a trabalhar bem em f/6, implica duplicar, triplicar ou até quadruplicar o preço por cada ocular.
Guilherme de Almeida
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