A questão tem componentes fisiológicas e pessoais que impedem um valor exacto. No entanto, não é necessário imaginar «que é possível apontar um telescópio de forma certeira a uma estrela durante o dia». Já desde há mais de 15 anos que o equipamento amador medianamente avançado, quer na função goto quer utilizando círculos graduados digitais, permite apontar para uma qualquer estrela desde que conste da base de dados do sistema (que tem milhares de objectos em memória).
Sendo D a abertura do telescópio, em milímetros, e para mais no caso de uma estrela tão brilhante como Aldebaran, uma amplificação de D/2 deverá revelar a estrela. E com uma amplificação D ... 1,2 D ainda melhor, mas mais sensível à turbulência diurna. Um abertura de 150 mm (com um bom e longo pára-luz) facilitará as coisas.
Um bom teste é começar de madrugada, meia hora antes do nascer do Sol, apontar o telescópio (o que ainda pode ser feito manualmente) para uma estrela ainda visível a olho nu e segui-la com motorização, amplificando D/2. Escolha-se uma estrela relativamente brilhante e bem alta no céu. A certa altura, a estrela deixará de ser detectável a olho nu e continuará a ser vista no telescópio. Com um ou outro retoque no seguimento, recentre-se a estrela. Entretanto o Sol já nasceu e continue-se a manter a estrela centrada no campo. Se a estrela começar a ser menos perceptível aumente-se a amplificação. Façam-se experiências com diferentes amplificações e com (e sem) filtros amarelos. Veja-se até quando se pode ver a estrela no telescópio. Se houver boa transparência atmosférica e pouca difusão, a estrela nunca se vai perder (insisto que se escolha uma estrela angularmente afastada mais de 45º do Sol).
Esta experiência dará imensa informação sobre o polinómio "observador, telescópio, atmosfera, amplificações, turbulência, acção de filtros, etc"). Num outro dia, tente-se com uma estrela menos brilhante.
Guilherme de Almeida